"Dentro de uma abordagem ambientalmente correta, professor de São Paulo incrementa aulas com brinquedos fabricados com material reciclado."
Professor Ivan de Menezes ensina crianças a trabalharem com PET
O professor dos ensinos fundamental e médio de São Paulo, Ivan Vieira de Menezes, descobriu na arte uma maneira de tornar mais elaboradas as aulas realizadas nas escolas públicas da cidade. A partir da utilização de materiais reciclados, como garrafas PET, ele fábrica, entre outros produtos, células, modelos de DNA e até mesmo um corpo humano.
“Por não ter brinquedos, desde muito pequeno construía os meus a partir de materiais encontrados na rua. Sempre vejo possibilidades quando encontro uma sucatinha ali e aqui. E como professor, encontrei uma grande utilidade para minha criatividade”, destaca Ivan, que além de professor também é artista plástico e ambientalista.
Aos 40 anos, Ivan desenvolve há cinco anos a atividade de eco-brinquedista, nome utilizado para designar o profissional que faz brinquedo e cria jogos com materiais re-utilizáveis. De acordo com ele, com sucata é possível elaborar produtos diversos, que se transformam em atrativos recursos pedagógicos e podem ser aplicados nas diferentes áreas de ensino-aprendizagem da criança.
O seu portfólio já conta com mais de 600 brinquedos produzidos, como carrinhos, helicópteros, bonecos, insetos, animais, plantas, jogos, bolsas bijuterias, entre outros. “A proposta é utilizar todo material descartado para ajudar na formação de um bom cidadão e mostrar a importância que tem esse tipo de recurso que eu chamo de alternativo, de custo baixo e de grande demanda”, diz.
Além da confecção dos produtos, o professor também realiza oficinas pedagógicas para ensinar as crianças a produzirem os brinquedos. “As aulas ocorrem por meio de palestras sobre os temas meio ambiente e sustentabilidade. Nesses encontros, apresentamos desde a educação ambiental em casa, passando pela aplicação dela na sociedade e na escola”, completa. Os workshops também contam com a participação de adultos, como os pais e outros professores.
Para se ter uma ideia do alcance das atividades, somente em uma oficina, realizada no Aquário de São Paulo, mais de três mil crianças foram beneficiadas num intervalo de dois dias. Mas de acordo com os cálculos do Ivan de Menezes, em média, em cada evento promovido, cerca de 250 crianças participam por dia das oficinas. “As pessoas estão bem mais atentas atualmente e aprovam toda forma de reaproveitamento de material. Elas admiram como eu transformo uma simples garrafa em outras possibilidades visuais. Quem imaginaria uma formiga, um mosquito ou mesmo um helicóptero feitos com PET?”, brinca.
Entre os trabalhos realizados, destaque para a montagem de uma brinquedoteca na Festa do Verde, realizada no Memorial da América Latina em 2008; exposição nas edições de 2008 e 2009 do Festival do Japão; bem como a participação na Expor Bio de 2008. Ivan de Menezes mantém, ainda, uma exposição permanente no Aquário de São Paulo, em que construiu uma réplica do Navio Galeão Pirata de 1874, a ilha onde o navio está atracado e um cenário do Amazonas, com uma casa de sapé.
Reaproveitamento crescente
Questionado sobre a problemática do lixo no país, o professor disse que embora exista uma gama de soluções possíveis, a aplicação ainda é lenta em comparação ao volume produzido nos dias atuais. “Todos querem ter uma economia estável e forte e muitas vezes o consumo entra em conflito com a conservação da natureza. Então devemos ter uma contrapartida nisso”, provoca.
Mas na avaliação dele, as pessoas estão mais atentas sobre a importância de reutilizar o material descartado e, fazem isso principalmente dentro de casa. “As embalagens plásticas, por exemplo, sempre têm uma segunda utilidade”, diz. Ele acrescenta, ainda, que o aumento da reutilização não é fruto somente da conscientização ambiental, mas é apoiada também na questão econômica. “As pessoas veem a reciclagem de materiais como forma formal e informal de ganhar dinheiro”, diz.
Outro fator que tem impulsionado esse crescimento, na opinião do professor, é a chamada “onda verde”. “Hoje é moda falar sobre sustentabilidade ou mesmo ser consciente na questão ambiental. Mas esse movimento é positivo, pois tudo que iria ser destinado a aterros agora está formando catadores mais conscientes e empregando pessoas”, completa.
Nesta semana, na terça-feira (3), foi publicada, na seção I do Diário Oficial da União, a Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A legislação estabelece, por exemplo, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos, incluindo os perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis."
Cynthia Ribeiro
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Parabéns, Professor Ivan Vieira de Menezes, à iniciativa e ao trabalho maravilhoso realizado!
Um abraço,
e até breve!
Data de acesso: 31 de janeiro de 2012
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