Curso "Pedagogia Hospitalar Infantil"
Escrito por Helen Simone Alves de Medeiros
Qui, 08 de setembro de 2011.
O curso destina-se a profissionais e estudantes das áreas da educação e saúde, que visam o aprimoramento dos conhecimentos sobre a área em crescimento da Pedagogia Hospitalar. A Pedagogia Hospitalar Infantil visa proporcionar atendimento buscando uma qualidade de vida melhor para as crianças hospitalizadas. O objetivo da Pedagogia Hospitalar Infantil, situa-se na prática humanista, trabalhando sempre para o ser global, e não somente para a saúde corporal, físicas, emocionais, afetivas ou sociais do indivíduo.
A Classe Hospitalar, como assim também é chamado, iniciou-se no ano de 1935 por Henri Sellier, o qual inaugurou a primeira escola crianças inadaptadas, nas cercanias de Paris. Na Alemanha, como também em toda a França, na Europa e nos Estados Unidos, seu exemplo teve seguidores que objetivaram em suprir as inúmeras dificuldades escolares de crianças tuberculosas.
Com a Segunda Guerra Mundial, obteve-se um número gigantesco de crianças e adolescentes mutilados decorrentes da guerra, ficando impossibilitados de irem à escola. Com isso, criou-se um apoio maior por parte dos médicos, em atender estas crianças nas escolas, citadas anteriormente em muitos países. Atualmente, os médicos são os primeiros em defender e apoiar a Pedagogia Hospitalar Infantil, a Classe Hospitalar, dentro dos hospitais e domicílios, por proporcionar às crianças enfermas uma continuação do processo da educação formal, buscando a criança para o âmbito social, escolar, cultural e tendo em vista a sua integração ao grupo escolarizado, estabelecendo e mantendo o vínculo escolar, evitando assim a evasão e a repetência.
Não só buscando a inclusão educacional, mas também a Pedagogia Hospitalar Infantil, proporciona condições favoráveis para a criança e o adolescente, em buscar sua auto-estima, minimizando suas perdas sociais, culturais, cognitivas e psicológicas colaborando para o incentivo das suas capacidades em aprender e interagir. A Classe Hospitalar, tem como alvo direcionado não somente às crianças, mas também seus familiares, sobretudo àquelas famílias que evitam em falar sobre doenças com seus filhos, que com o nossa compreensão devemos exercitar a “escuta pedagógica”, que diferencia-se das demais escutas pelo serviço social ou pela psicologia hospitalar, fazendo com que os pais se interagem com as atividades desenvolvidas nos processos de ensino-aprendizagem , viabilizando o trabalho realizado no processo educativo e re-educativo.
Com relação à Legislação, no Brasil a Classe Hospitalar ou Pedagogia Hospitalar Infantil, é reconhecido legalmente através do estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, por meio da Resolução nº41 de outubro e 1995, no item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. Em 2002, o MEC, através de sua Secretaria de Educação Especial, criou um documento de estratégias e orientações para o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação básica.
A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC,1996) “é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos”.
Baseado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o atendimento à crianças hospitalizadas, é um direito garantido por Lei para todos os (as) educando (as), não importando o tempo de afastamento ou impedimento de freqüentar a escola, seja por dificuldades físicas ou mentais.
Atualmente a Pedagogia Hospitalar como processo pedagógico é uma realidade no amplo leque de atuação do pedagogo na sociedade atual. Em muitos casos, funciona em parceria entre os hospitais, universidades através dos estagiários e a própria instituição escolar onde o paciente frequenta, mantendo a continuidade do seu desenvolvimento escolar, através de metodologias diferenciadas, flexíveis e vigilantes que respeitam o quadro clínico de cada criança ou adolescente hospitalizado.
Esse curso, em especial, despertou-me a importância de se trabalhar com estas crianças, que definitivamente precisam de nós pedagogos para auxiliarmos no seu restabelecimento físico, emocional, afetivo e principalmente educacional.
Para atuar nessa área, o professor deverá ter a formação pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia, podendo após a graduação, especializar-se mais profundamente neste campo através de cursos de extensão e cursos de pós-graduação. Como é um trabalho humanista, o profissional nesta área precisa atender as necessidades psicológicas, sociais e pedagógicas das crianças e jovens. É vital que o pedagogo hospitalar possua sensibilidade, criatividade em projetos escolares específicos, persistência, compreensão, e muita paciência para atingir seus objetivos.
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