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8 de setembro de 2011

Comentário Sobre Visita Técnica

CASA DE CULTURA CASARÃO DOS GONZAGA


Escrito por Helen Simone Alves de Medeiros
Qui, 08 de setembro de 2011.

·         Visita Técnica à Casa de Cultura Casarão dos Gonzaga, cujo  local fica  situado à  Rua Cel. Gonzaga, S/N, Itaguaí I – Caldas Novas – GO.
Casarão dos Gonzaga - Casa de Cultura - em 2011.

Casarão dos Gonzaga -  1954.

                          O Casarão dos Gonzaga, em nossa cidade, foi palco de muitas histórias que por aqui passavam na década de 30.  Tropeiros juntamente com suas boiadas e ajudantes transportavam por estas estradas a fora viajando de norte a sul,  indo e vindo, sempre  trazendo e levando comitivas e histórias, para hoje, serem contadas às pessoas que visitam o Casarão dos Gonzaga, que além de ser atualmente, Casa de Cultura Casarão dos Gonzaga,  é também um Museu que abriga objetos antigos da época dos tropeiros, vestimentas de peças teatrais contadas e usadas nos dias festivos folclóricos de nossa cidade, e entre uma visita e outra, é servido aos turistas um delicioso café coado na hora  feito no  fogão a lenha, considerado pelos turistas,  o melhor cafezinho da cidade.

                        A arquitetura do Casarão, é toda feita em estilo barroco, com suas  portas e janelas altas, os tijolos são feitos de adobe; que se trata de uma mistura de barro (argila), capim, palha e estrume de animais. O processo é todo artesanal. Depois de  todos os materiais misturados, faz-se f a modelagem do bloco de tijolo com as próprias mãos e com ajuda de pequenos pedaços de madeira, vai-se modelando cada tijolo deixando no  formato de um retângulo. Depois desse processo o tijolo então, vai para ao sol para secar. Por ser artesanal, a secagem torna-se lenta, permitindo assim após secagem total a sua utilização. Pesquisas mostram que há pessoas que estão usando esse tipo de tijolos para construírem suas casas, por serem  um tijolo ecológico, pois não necessita da queima, portanto ajuda a preservar o meio ambiente.

                        As vigotas, como também os caibros, também eram feitos artesanalmente. Usavam-se antigamente uma pequenina enxada, de nome enxó, a qual era muito usada para entalhar as vigotas, pois a madeira vinha  das florestas tal como eram arrancadas, e naquela época ainda não existia serralherias em nossa região, o que dificultava muito o trabalho desses construtores. Por isso, torna-se o Casarão dos Gonzaga, assim como também outras construções desta época em verdadeiras obras de arte.
                        Em 1933, D. Ernestina Dias de Moraes e seu esposo João Gonzaga de Menezes vieram para Caldas Novas, e foram morar no Casarão dos Gonzaga. Passado alguns anos, eles compraram a propriedade que na época,  continha (100) alqueires de terra, e resolveram passar ali um longo período de vinte anos. Infelizmente, para a tristeza de D. Ernestina, João Gonzaga veio a falecer em 1985. Com sua morte, um de seus filhos herdou o Casarão.  O seu filho, cinco anos após a morte do pai, resolve então  doar as terras do Casarão, que foram loteados e constituídas, nos bairros Itaguaí I e Itaguaí II. Para a felicidade de nossa história cultural, a sede do Casarão foi tombada patrimônio histórico e transformada no museu da cidade de Caldas Novas
                        Atualmente, o Casarão dos Gonzaga, durante a semana recebe a visita de inúmeros turistas vindo de todas as partes do mundo. Lá também, pode-se apreciar uma programação semanal, tendo muitas atrações para os turistas e também aos moradores de caldasnovenses. Dentre as atrações, destacam-se: Ginástica Unibiótica, Exposições de Trabalhos Artesanais, Contação de Histórias, Oficinas Práticas (artesanato, pintura, fuxico, bordado), Apresentações Artísticas (dança, capoeira, catira, teatro), Conhecendo a História do Casarão, e aos domingos das 14h às 19h, tem o Forró da Melhor Idade, onde o público é embalado com músicas dançantes animando a todos que vão apreciar o evento. E não esquecendo que todas as primeiras quintas-feiras de cada mês das 19h às 21h, é  realizado espetáculos culturais como a Roda de Viola, Ballet, Danças, Teatro, Catira (dança folclórica da região goiana, e Dança Contra-dança).
                        Em minhas férias no mês de julho, de 2010, eu tive o prazer de trabalhar como monitora voluntariamente. Confesso que até então, eu não tinha o menor conhecimento pela história de Caldas Novas, mesmo por que eu não sou daqui. Moro em Caldas Novas a pouco tempo, mas eu me apaixonei pela história, pelo seu contexto histórico, assim que comecei a trabalhar no local. O modo de vida dos tropeiros  chamou-me a atenção. Conta-se que o Srº João Gonzaga de Menezes era um homem muito simples, porém, bem distinto naquela época.  Com toda bondade existente em seu coração de fazendeiro e, conhecendo muito bem as dificuldades  que os viajantes e também os tropeiros que passavam horas cavalgando, debaixo de sol e chuva, e sem contar que tinham que carregar consigo pesadas tuias, onde eles mantinham os mantimentos, do tipo: farinhas, cereais, e carne seca, roupas, redes, e tudo mais o que eles precisavam para seguir viagem que normalmente duravam cerca de dois a seis meses fora de seus lares. Conhecendo de perto todo o sofrimento que vivenciavam, teve então, seu João um ato generoso.  Ele transformou o seu porão em uma estalagem para que os viajantes e os  tropeiros e toda a tripulação,  pudessem, sem custo algum, terem uma noite mais tranqüila, com mais conforto, um lugar apropriado para o banho, Uma boa comida que os donos da casa o serviam com todo carinho e respeito. Para as boiadas, trazidas pelos tropeiros, eram-lhes concedidos o pasto da fazenda para que os animais, também pudessem  descansar, tendo a sua frente o alimento necessário. Os homens dormiam em redes no porão. Quando tinham mulheres e crianças, esposas dos tropeiros, estas o dono do Casarão cedia acomodações em sua própria casa, em quartos já preparados para a ocasião. D. Ernestina não dispensava, como boa cozinheira que era, fazia questão em preparar pratos bem apetitosos juntamente com suas auxiliares de cozinhas, aos hóspedes. A noite, era vista com rodas de violas ao som de causos, estrelas  e muita prosa.

                        D. Ernestina Dias de Moraes nasceu em 21 de maio de 1915, e  vive até hoje com seus 96 anos, encantando-lhe em companhia de seus netos e bisnetos, com suas histórias por ela vividas, contadas e documentadas, e  que se perpetuarão por muito e muitos anos em nossas vidas.



 

                       
                       
                       







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