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7 de setembro de 2011

Comentário Sobre Filme

Filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, indicado na Disciplina Correntes do Pensamento Didático – Novas Mediações.

Escrito por Marcia Maria Aires Nunes
Qua, 07 de setembro de 2011.


Estamos em 1959 na Academia de Welton, considerada uma das melhores escolas preparatórias dos EUA. Há 100 anos passados, em 1859, quarenta e um rapazes haviam lançado os quatro pilares do alicerce daquela escola: Tradição, Honra, Disciplina e Excelência (parece que já vimos este filme em algum lugar...). Os alunos ingressantes, todos bem-nascidos e conduzidos por seus pais, são levados a absorverem os novos valores e a jamais questioná-los.

Logo na cerimônia de abertura daquele ano letivo um novo professor é apresentado com deferência e expectativa. Ele logo fará a diferença, pois usa o método socrático, aquele segundo o qual apenas sabemos que nada sabemos e que temos tudo a aprender. Começa rasgando páginas de um livro tradicional e estimulando seus rapazes ao diálogo, à participação e interação nas atividades e trabalhos acadêmicos. Quem era tímido aprendeu a se expressar, e quem já era comunicativo aprimorou ainda mais seus talentos.

Impregnaram-se no espírito dos fundadores ao interagirem através de uma antiga foto histórica de 100 anos antes. Absorveram e reacenderam a veia da poesia em novos conceitos e modos de fazer literatura. Aprenderam que “tirar a essência da vida não significa afogar-se nela”. Obviamente o resultado disso escapou ao controle, provocando inesperadas reações e manifestações poéticas inusitadas. Um aluno se percebeu ator, contrariando a vontade do pai (a mãe foi por acréscimo). O jovem resistiu às pressões domésticas, mas por fim o suicídio veio como alternativa natural, uma vez que o pai não abriu mão do sonho de Harvard. O professor, apontado como desencadeante do processo libertário, tal como Sócrates, foi convidado a beber a sicuta da exoneração. Nada mais óbvio e inevitável.

O que provavelmente ninguém esperava é que tudo isso eclodiria logo no ano seguinte com o advento do movimento pela paz e pelo amor, que marcaria as próximas décadas daí por diante. Lá no berço das universidades da California, a liberação foi geral, muito além dos limites esperados. O mundo não seria mais o mesmo, e a escola provou mais uma vez ser um organismo vivo e pulsante dentro da sociedade, injetando-lhe valores e traçando-lhe novos rumos.

Será que o nosso professor estava consciente do seu papel transformador? Será que ele acreditava que valeria a pena? Será que ele anteviu o que aconteceria nas próximas décadas? Será que ele estava tentando imitar Sócrates? Será que ele e seus ex-alunos de Welton se reencontraram em outras universidades e continuaram suas investidas e introspecções? Será? Será?




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