LIVRO: “EDUCAÇÃO – A SOLUÇÃO ESTÁ NO AFETO” - AUTOR: GABRIEL CHALITA 17ª EDIÇÃO – EDITORA GENTE
Escrito por Helen Simone Alves de Medeiros
Qui, 08 de setembro de 2011.
Chalita nos chama atenção para uma reflexão, sobre os inúmeros paradigmas da educação, entre eles o afeto. E o afeto, essencialmente, começa no lar, na família. A criança continuará a receber todo o anel de informações e valores vitais para sua formação dentro de uma sociedade. E é no ambiente escolar, que os educadores se responsabilizarão dar continuidade aos ensinamentos atribuídos dos pais, no caso da família, para que a relação entre o aluno e a sociedade sejam harmoniosa, respeitosa e amorosa.
Chalita prestigia a Constituição Federal de 1988, como o grande instrumento de cidadania e dignidade do ser humano e, com ela a educação ganhou um espaço de nobre valor. A Constituição de 1988, considerando a garantia da igualdade de condições para o acesso e a permanência no ambiente escolar, visto que, tendo a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e publicar toda a produção artística, intelectual, valorizando assim sua autonomia. No artigo 205 da Constituição Federal, o ordenamento determina: “A educação, direitos de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. O artigo ordena que a educação é direito de todos – ricos e pobres, negros e brancos, mulheres e homens e filhos de estrangeiros, habitantes da cidade ou da zona rural, diz Chalita. A sociedade deve cooperar na interpretação de que o ensino seja compartilhado, que os projetos educacionais sejam desenvolvidos de forma consensual e participativa.
Chalita também se refere à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de nº 9394/96. Descreve Chalita, que a partir de 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, grande parte dos países passou a rediscutir seus projetos educacionais, demonstrando a tomada de consciência de que a igualdade perante a lei só se dará à medida que todos tiverem assegurados os direitos fundamentais, especialmente no que se refere à educação. A Lei de 9394, de 20 de dezembro de 1996 – LDB – tem uma grande influência para a realização desses ideais e princípios educacionais. Inúmeros artigos provam essa preocupação com uma educação mais abarcada que desenvolva a autonomia do aluno, a concepção do “aprender a aprender”, da aprendizagem continuada.
No artigo 1º diz da LDB diz: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. Na vida familiar dá-se o primeiro contato do cidadão com o mundo. A convivência humana, que de certa forma é bastante abarcada. É aquela que se dá com os amigos, vizinhos, etc. O trabalho como lugar de realização pessoal ou profissional. Nas instituições de ensino e pesquisa, que não simboliza o único espaço possível de crescimento da aprendizagem, mas que são o amparo do processo educacional. Os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil são muitos e de natureza desiguais que possibilitam discussões de valores, buscando apurar sua idéias, enriquecendo o aprendizado.
Trata-se do exercício da vida social, vital ao homem. As manifestações culturais, como o carnaval, festas populares, grupos de danças, cidades históricas e entre outras mais.
O artigo 3º da LDB, ainda dentro do Título II, coloca:
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III. Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV. Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V. Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI. Gratuidade do ensino público em estabelecimento oficiais;
VII. Valorização do profissional da educação escolar;
VIII. Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX. Garantia de padrão de qualidade;
X. Valorização da experiência extra-escolar;
XI. Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
A LDB, significa um grande avanço para a educação brasileira, explica Chalita e descreve ainda que essa lei ainda apresenta problemas, trazendo uma “enorme carga de tradicionalismo, de corporativismo, o que não seria de estranhar, pelo esforço sobre-humano do saudoso senador e grande educador brasileiro Darcy Ribeiro”.
No final do seu livro, no capítulo III, Chalita nos apresenta os três pilares da educação, que se subdividem em habilidade cognitiva, habilidade social e habilidade emocional. A habilidade cognitiva é desenvolvida através do conhecimento, da seleção de conteúdos, apropriados para cada nível escolar, o corte epistemológico para saber o que discutir nessa experiência de formação do cidadão. O “aprender a aprender” deve ser incentivado sempre, e isso exige leitura de livros, revistas, jornais, cursos, internet, pesquisas, relação entre as disciplinas escolares, análise de outros profissionais, sempre buscando o aprender mais, uma educação continuada, pois a habilidade para o conhecimento nunca envelhece.
A habilidade social, valoriza as relações interpessoais do dia-a-dia. Baseia-se na convivência social. A vida social é necessária e essencial ao ser humano, pois o homem não se desenvolve intelectualmente sem a presença do outro. Mesmos sendo as relações difíceis, complicadas, é curioso, mas não conseguimos viver sem elas; mesmos com todas as diferenças sociais. O papel da escola, segundo Chalita, é preparar o aluno para uma convivência plural, seja qual for a diferença.
É importante a convivência em salas de aulas junto com alunos deficientes, pois isso desenvolve a solidariedade, o respeito e apoio com os demais colegas de classe.
Para Chalita, a habilidade emocional é a mais apreciada por “não ser possível desenvolver a habilidade cognitiva e a social sem que a emoção seja trabalhada”. Exige muita paciência trabalhar com a emoção, trata-se de um processo longo e contínuo, pois a emoção trabalha com a libertação do ser humano; é a busca do centro interior e exterior, de uma relação humana consigo mesmo e com o outro, isto solicita tempo e esforço, mas que constitui o passaporte para a conquista da autonomia da felicidade. Numa relação aluno-professor, é essencial um laço de afeto, respeito, pois crias-se uma experiência educacional duradoura e frutífera, pois o afeto constrói a base para que o aluno possa ter vínculos duradouros enriquecidos pelo entusiasmo pelo aprendizado, onde o aluno procura realizar a sua formação escolar e profissional. E os alunos precisam de afeto. E Chalita, afirma que “só há educação onde há afeto, onde experiências são trocadas, enriquecidas, vividas. O professor que apenas transmite informação não consegue perceber a dimensão do afeto na aprendizagem do aluno”.
Enfim, a solução está realmente no afeto, não só na educação escolar, mas também na educação no lar, no seio da família, onde tudo começa, desde o momento em que a criança ainda se encontre no ventre da mãe. Chalita é formidável quando fala sobre o amor, o afeto, ele é simplesmente amor, ele é puro afeto. Eu adoro Gabriel Chalita, admiro muito o seu trabalho, que Deus coloque no mundo mais pessoas como Gabriel Chalita, pois se assim fosse, não teríamos guerras, assassinatos, latrocínios, homicídios, e outras atrocidades que infelizmente o ser humano é capaz de realizar.
Que Deus Ilumine Sempre os Caminhos de Gabriel Chalita. Assim Seja.
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