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7 de setembro de 2011

Comentário Sobre Monitoramento Voluntário

Monitoramento voluntário no Casarão dos Gonzaga em 3, 6, 10, 13, 17, 20, 24 e 27 de setembro.

Escrito por Marcia Maria Aires Nunes
Qua, 07 de setembro de 2011.

Os turistas descem do ônibus da agência CVC (nove por dia) e são convidados a posarem para a foto oficial na entrada do Casarão como prova de que lá estiveram. Sobem a escada de madeira e são recebidos por um monitor que lhes apresenta todo o ambiente doméstico. Logo na entrada, uma galeria de fotos com todos os prefeitos e primeiras-damas, tendo uma prefeita entre eles deixando em geral uma ponta de curiosidade nos ouvintes.  Ao lado, um velho baú fechado e uma réplica da ponte São Bento, construída em 1920, trazendo amplo progresso para a região; hoje encontra-se submersa pelo rio, mas ninguém se incomoda, porque a rodovia construída ao lado lhe substitui muito bem.  Um detalhe da parede exposta mostra alguns tijolos de adobe (mistura de barro e capim amassado com os pés) que sustentam toda a construção. Na ampla sala de visita, fotos muito antigas contam a história da família Gonzaga (um de seus moradores é, hoje, médico, e vive discreta e modestamente na cidade). Objetos antigos remontam ao passado, e os mais jovens olham sem entender como eram utilizados. Os idosos apreciam com mais facilidade, pois eles mesmos, seus pais e avós conviveram com aqueles utensílios como parte da rotina diária. O monitor conta a história do casarão, e as pessoas entram num clima de quase catarse. O maior impacto é o emocional, e agora todos descem por uma pequena escada de madeira até uma cozinha espaçosa, onde encontram um fogão de lenha com um bule de café quentinho. Uma quituteira da comunidade serve deliciosos bolinhos e doces tradicionais. Este é o melhor momento da visita, o mais relaxante.

Saindo dali encontram um quintal muito amplo, com árvores frondosas e as primeiras florações despontando. Quem quer, vai até o porão, onde descansavam os tropeiros e seus animais até estarem prontos para prosseguir viagem, que poderia durar até seis meses. A imaginação vai para as senzalas, mas explicamos que nesta casa já não havia mais escravos. O porão era a generosa hospedagem oferecida pelos Gonzaga, famosos pelo apoio que prestavam a quem passasse por ali. Algumas crianças perguntam se tem fantasmas, porque é isso que elas assistem nos filmes sobre casas antigas. Os mais velhos explicam do jeito que sabem. Depois o clima passa a ser de respeitoso silêncio meditativo.

O monjolo causa impacto, porque escapa à imaginação dos que nunca viram. Os mais antigos se emocionam, porque recordam os tempos sem violência e sem pressa. Quando a voz do guia os chama, eles acordam para o século XXI e saem com a certeza de que, mesmo sem o conforto da modernidade, naquele tempo também era possível ser feliz e levar uma vidinha de qualidade, apesar de tudo. Tempos bons...




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